Seg, 04 de Abril de 2011 15:04 |
> Cecília Lopes - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Cecília Lopes - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Trabalhadores de usinas de tratamento de esgoto são os que mais sofrem de doenças, seguidos por agentes do PSF e profissionais da mídia
Pesquisa inédita da Universidade de Brasília mapeou as principais doenças que causam afastamento do trabalho no Brasil. Em 2008, 4% dos 32,5 milhões de trabalhadores brasileiros receberam o auxílio-doença – benefício concedido pelo Ministério da Previdência Social a quem recebe atestado médico por mais de 15 dias consecutivos. Os principais motivos estão ligados a lesões, como fraturas de pernas, punhos e braços; doenças oesteomusculares, como dores na coluna; e doenças mentais, como depressão, alcoolismo e esquizofrenia. O custo aos cofres públicos foi de R$ 669 milhões.
Anadergh Barbosa-Branco, autora da pesquisa e especialista em Medicina de Trabalho, pesquisou 82 ramos de atividades e descobriu que as áreas de trabalho mais recorrentes em auxilio-doença são as seguintes: usinas de tratamento de esgoto, Programa Saúde da Família e rádio e televisão. Os trabalhadores de usinas de esgoto estão em primeiro lugar. De cada 10 mil, 2.396 receberam atestado médico por mais de 15 dias.
Eles também são os primeiros colocados nos três principais motivos de afastamento: lesões, doenças osteomusculares e doenças mentais. “Precisamos entender melhor por que esses profissionais aparecem sempre em primeiro lugar. Temos uma hipótese que está relacionada à situação de economia mista. Embora sejam celetistas, vivem como estatutários”, opina Anadergh.
Ela acredita que a mesma razão se aplique aos agentes do Programa Saúde da Família. Em cada 10 mil, 1.005 receberam o auxílio. “Eu penso que, como os trabalhadores do esgoto, eles se sentem mais seguros e acreditam que não perderão o emprego”, justifica Anadergh. “É bom lembrar que trabalhadores que voltam do atestado médico não podem ser demitidos durante um ano”.
Já entre os profissionais da mídia eletrônica, são 912 casos de doença para cada 10 mil pessoas. Radialistas aparecem em quarto lugar em uso de substancias psicoativas como álcool, cocaína e outras drogas, o que pode levar esses trabalhadores a sofrerem com doenças mentais. “O grande problema é que a doença mais prevalente nesse grupo é o uso de múltiplas drogas aliada ao uso de outras substâncias psicoativas", avalia Anadergh.
Enquanto em todos os outros ramos as maiores prevalências ocorrem nas faixas etárias de 30 a 49 anos, no setor de rádio e televisão ocorre entre 20 e 29 anos. Para a pesquisadora, o dado revela o estresse a que esses profissionais são submetidos. “É uma supresa porque são profissionais que tem um nível socioeconomico diferente daqueles que tradicionalmente tem problemas com álcool, como os trabalhadores da construção civil”.
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quinta-feira, 14 de junho de 2012
Estudo mapeia principais causaS de afastamento do trabalho
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